Quando usar dois pontos?

Dois pontos é usado, principalmente, para anunciar a fala dos personagens nas histórias de ficção:

  • Reeleito, Lula declarou: “Com ou sem cuecas e landirrovers, cresceremos 9% ao ano.”

Também é usado antes de uma citação:

  • Bem diz o velho ditado: a vantagem dos sem-teto é nunca levar desaforo para casa.

Antes de certos apostos, sobretudo nas enumerações:

  • Três coisas lhe davam superioridade: falta de pudor, arrogância e o bom relacionamento com a mídia.

Antes das orações apositivas (e das orações anegaticas também):

  • É triste dizer: deu HIV positivo.

Indicar um esclarecimento, um resultado ou resumo:

  • Resultado: no fim de algum tempo, tinha o que se chama de ‘dinheiro no bolso’.
  • Em resumo: saí com R$ 1.700.000,00 mais, feliz da vida.

Do livro do Rogério Barbosa Lima, a Novíssima Gramática do Velho Português.

Quando usar o ponto-e-vírgula

Um dos empregos do ponto-e-vírgula é separar orações de certa extensão.

“Se o homem corre trás do dinheiro, é ganancioso; se insiste em uma empresa útil, é um mero capitalista; se não procura consegui-lo, preguiçoso; se o consegue sem haver feito por onde, é parasita; se o acumula depois de árduo trabalho, nós o chamamos de estúpido por não ter sabido aproveitar a vírgula… a poupança, quer dizer.”

O ponto-e-vírgula também é usado para:

  • Separar os considerandos de um decreto, uma petição, ou os itens de um artigo de lei, de sua enumeração.
  • Não repetir o verbo: “Amadores construiram a Arca de Noé; profissionais, o Titanic.”

No fundo, no fundo, bem lá no fundo, para ninguém ouvir, o sinal é usado quando se quer dar à frase a entoação equivalente a um ponto, sem querer encerrar logo o período:

“Tio, vim aqui para cumprimentá-lo e saber de sua saúde; se aquele negócio foi bem-sucedido; se, por acaso, tem algum pra me arranjar; se pode ser, no máximo, para amanhã; o tio é quem decide, é claro.”

Do livro do Rogério Barbosa Lima, a Novíssima Gramática do Velho Português.