Perigo ao volante

Foi-se o tempo em que os casais paravam seus carros de frente para o mar e passavam horas namorando despreocupadamente. Diziam estar assistindo às corridas de submarino. Era uma época romântica, inocente (pelo menos na aparência), aconteciam os Festivais da Record de MPB, ouvia-se muita Bossa-Nova, a onda era o Milk-shake do Bobs e o sorvete de Morais, em Ipanema. Ir à Barra da Tijuca era uma aventura, enfrentando as curvas e ladeiras acentuadas da Estrada do Joá, pilotando Fuscas, Gordinis ou Aero-Willys. Os motéis, sempre lotados nos finais de semana, aceitavam reservas dos clientes habituais. A Barra limitava-se ao entorno da Igreja, com barraquinhas que vendiam ostras e o discreto bar Cavaco, preferido por quem procurava um lugar para namoros mais avançados enquanto bebia e comia no ambiente escuro.

Barra da Tijuca

Já se passaram 40 anos e hoje é tudo bem diferente. Os namorados viraram ficantes, o silicone turbinou as mulheres, tirando a graça dos esbarrões aparentemente distraídos. As pernas femininas, antes macias às carícias, escondem poderosos músculos que as tornam parecidas com as dos jogadores de futebol. Que saudades daquele tempo. Que pena sinto dos mais jovens que não experimentaram tantas emoções.

Atualmente, quem se aventurar a parar o carro por alguns minutos, seja na beira do mar para namorar ou no estacionamento do Shopping, até mesmo em uma rua movimentada, tem grande chance de ser sequestrado ou assaltado. Aumentam todos os dias os registros dessa modalidade de crime.

São inúmeras as dicas para quem não quer passar por uma situação desagradável no seu automóvel. No estacionamento, procure entrar no carro o mais depressa possível, sem se distrair com celulares ou outros objetos. Mantenha os vidros fechados e portas travadas enquanto liga o carro. Saia com o carro o mais depressa possível. Se perceber a presença de alguém suspeito, mesmo que esteja bem vestido, com trajes parecidos com aqueles usados pelos seguranças, retorne ao Shopping e desista de entrar no automóvel neste momento.

Nem é necessário dizer que as corridas de submarino estão terminantemente proibidas.

Com o carro em movimento, observe todos os detalhes no entorno. Se alguém acenar com a placa do seu carro nas mãos, não pare. Alguém a retirou enquanto o veículo estava estacionado e não pretende devolver, mas fazê-lo parar para um assalto.

Ao parar no sinal guarde considerável distância do carro da frente. Procure usar as pistas centrais. Não dê espaço para que uma moto consiga passar entre seu carro e o que está ao seu lado.

Com todos os cuidados, se for abordado por bandidos não vale a pena reagir, a menos que seu carro seja blindado. Nada tem mais valor do que a sua vida. Os bandidos perderam completamente o senso de ética e humanidade, agindo como bárbaros, sem qualquer respeito à vida. Idosos e crianças são tratados da mesma maneira que os mais jovens. Para eles, a vida não vale nada. Infelizmente só lembram dos direitos humanos na hora de invocá-los para si. Mas isso é outro assunto.

Cuide-se!

Cuidado com sua bolsa no restaurante

Uma modalidade de furto aumenta a cada dia no Rio de Janeiro: sua bolsa é levada enquanto você almoça, aproveitando momentos de distração.

É prática comum pendurar a bolsa no encosto da cadeira, achando que a proximidade do seu corpo garante a segurança. Isso não impede o furto, mesmo que a mesa esteja cheia, com outras pessoas de frente para você e o ladrão.

Estatísticas mostram que os ladrões agem em dupla. Um deles se encarrega de pegar a bolsa. Outro, sinaliza a melhor hora e, se necessário, distrai a vítima.

Em alguns casos a bolsa não é levada. O ladrão leva apenas alguns objetos, principalmente a carteira.

Sempre coloque a bolsa sobre seu colo ou em cima da mesa. Nunca a deixe no encosto da cadeira. Se for self-service, leve sua bolsa quando for se servir. Desconfie sempre.

Veja como os ladrões agem: