Frases de Tolstói – Se queres ser universal, começa por pintar a tua aldeia

Globalização, ecologia, natureza, pacifismo…

Embora tenha vivido na Rússia do século 19, as ideias de Liev Tolstói parecem mais atuais do que nunca.

Liev Tolstói (1828-1910) foi um escritor russo de grandes obras literárias, como “Guerra e Paz” e “Ana Karenina”.

Liev TolstóiEle tinha proximidades com o anarquismo, apesar de repudiar ser classificado como tal. Achava que as instituições governamentais e da Igreja eram instrumentos de poder e dominação. Entretanto, era contra revoluções violentas. Achava que as mudanças tinham que ser pacíficas vindas de revoluções morais interiores. Muito antes dos movimentos ecológicos, Tolstói já valorizava uma vida mais simples e perto da natureza.

Além dos livros, Liev Tolstói é famoso por suas frases. A mais famosa é: Se queres ser universal, começa por pintar a tua aldeia. É uma frase simples, mas genial. Em um mundo globalizado temos a oportunidade de várias experiências culturais diferentes, mas nosso referencial é sempre a “nossa aldeia”. Sinto claramente isso ao escrever aqui no Dicas do Timoneiro: “pintando a minha aldeia” para a Internet globalizada.

Frases de Tolstoi

“Se queres ser universal pinta a sua aldeia”.

“Todas as famílias felizes são iguais. As infelizes o são cada uma à sua maneira”

“Todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo.”

“O homem pode viver 100 anos na cidade sem perceber que já está morto há muito tempo.”

“A felicidade é estar com a natureza, ver a natureza e conversar com ela.”

O poder do bom dia

Essa semana, terminei o livro “Crianças francesas não fazem manha”, de Pamela Druckerman. Nesse livro, a autora, uma americana que vive na França, observa algumas características simples, porém importantes, na educação das crianças francesas que geralmente são ausentes na das norte-americanas (e em boa parte brasileiras).

Dentre essas características importantes da educação francesa, está a grande importância ao bom dia (bonjour) e tchau (au revoir). Enquanto os pais americanos estão preocupados que a escola ensine seus filhos a ler o mais rapidamente, na França não há essa pressa. Os pais franceses estão mais preocupados que seus filhos primeiro sejam capazes de dar bom dia e tchau apropriadamente. Aprender a dizer “bonjour” é parte fundamental de ser francês.

Livro Crianças Francesas não Fazem ManhaEm seu livro, Pamela cita uma amiga francesa: “Minha obsessão é que meus filhos saibam dizer merci, bonjour e bonjour madame. Desde que fizeram 1 ano, eu digo isso para eles 15 vezes por dia”. E o “bonjour” tem que ser dito com segurança! É a primeira etapa de um relacionamento. Dizer bom dia é reconhecer a humanidade da outra pessoa e não alguém que tem que te servir.

Segundo o livro, nos Estados Unidos (e muitas vezes no Brasil também) uma criança de 4 anos não é obrigada a cumprimentar, podendo se abrigar nos cumprimentos dos pais. Desta forma, a criança não é contada com uma pessoa inteira. Fica no reino separado das crianças, não precisando interagir com os adultos. Já na França, com sua obsessão pelo “bonjour”, a criança não tem a presença obscura. Ela cumprimenta, logo existe. Cumprimentar é reconhecer o outro como pessoa.

Em minha viagem recente à França reparei que o bom dia não é dado displicentemente. Não é um simples “bonjour”, e sim um “bonjoooour!” com ênfase e convicção. Refleti que eu mesmo estava displicente ao dar o “bom dia”. Resolvi praticar e passar a dar bom dia com mais firmeza, sem esquecer do tchau também. Percebi que as pessoas ficavam mais felizes com esse breve contato. Como gentileza gera gentileza, parece que sou, em geral, melhor tratado. Então, não despreze o poder de um bom dia bem dado!