O poder do bom dia

Essa semana, terminei o livro “Crianças francesas não fazem manha”, de Pamela Druckerman. Nesse livro, a autora, uma americana que vive na França, observa algumas características simples, porém importantes, na educação das crianças francesas que geralmente são ausentes na das norte-americanas (e em boa parte brasileiras).

Dentre essas características importantes da educação francesa, está a grande importância ao bom dia (bonjour) e tchau (au revoir). Enquanto os pais americanos estão preocupados que a escola ensine seus filhos a ler o mais rapidamente, na França não há essa pressa. Os pais franceses estão mais preocupados que seus filhos primeiro sejam capazes de dar bom dia e tchau apropriadamente. Aprender a dizer “bonjour” é parte fundamental de ser francês.

Livro Crianças Francesas não Fazem ManhaEm seu livro, Pamela cita uma amiga francesa: “Minha obsessão é que meus filhos saibam dizer merci, bonjour e bonjour madame. Desde que fizeram 1 ano, eu digo isso para eles 15 vezes por dia”. E o “bonjour” tem que ser dito com segurança! É a primeira etapa de um relacionamento. Dizer bom dia é reconhecer a humanidade da outra pessoa e não alguém que tem que te servir.

Segundo o livro, nos Estados Unidos (e muitas vezes no Brasil também) uma criança de 4 anos não é obrigada a cumprimentar, podendo se abrigar nos cumprimentos dos pais. Desta forma, a criança não é contada com uma pessoa inteira. Fica no reino separado das crianças, não precisando interagir com os adultos. Já na França, com sua obsessão pelo “bonjour”, a criança não tem a presença obscura. Ela cumprimenta, logo existe. Cumprimentar é reconhecer o outro como pessoa.

Em minha viagem recente à França reparei que o bom dia não é dado displicentemente. Não é um simples “bonjour”, e sim um “bonjoooour!” com ênfase e convicção. Refleti que eu mesmo estava displicente ao dar o “bom dia”. Resolvi praticar e passar a dar bom dia com mais firmeza, sem esquecer do tchau também. Percebi que as pessoas ficavam mais felizes com esse breve contato. Como gentileza gera gentileza, parece que sou, em geral, melhor tratado. Então, não despreze o poder de um bom dia bem dado!

 

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