Vale a pena renegociar a dívida do cartão de crédito?

As altas taxas de  juros, cobradas pelos bancos ao refinanciar a dívida dos cartões de crédito, têm assustado muitos consumidores, surpreendidos por um saldo devedor praticamente impagável. O cartão VISA do Santander, por exemplo, cobra uma taxa de 13,89% ao mês, podendo chegar a 16,89% em caso de atraso no pagamento.

Muitas vezes o consumidor se vê tentado a renegociar aquele saldo que consome seu salário todos os meses só na amortização dos juros. A fatura do cartão já oferece a opção de refinanciamento, com vários prazos de pagamento e juros mais baixos. Em alguns casos é interessante renegociar, e eu já aconselhei essa opção, desde que a taxa de juros fosse atrativa. Não é o que acontece com a maioria dos bancos que operam esses cartões.

calculadoraUm amigo possui o cartão VISA do Banco Santander. Sua dívida estava em quase 4 mil reais e, se fosse financiada a juros de quase 14% ao mês, chegaria níveis impossíveis de serem pagos. Resolveu renegociar. Durante 18 meses ficaria com uma dívida mensal de R$ 474,00. Fazendo as contas, pagaria em um ano e meio mais do que o dobro da dívida atual. Valeria a pena? Consultou a Calculadora o Cidadão, no site do Banco Central, fez uma simulação, e surpreendeu-se com uma taxa de juros de quase 10% na renegociação do saldo devedor do cartão.

Neste caso é melhor não renegociar e tentar obter o dinheiro por outras fontes para quitar a dívida. Foi o que ele fez.

O maior risco nas renegociações das dívidas é continuar a usar o cartão. Não adianta pagar com uma mão e continuar gastando com a outra. Se optar por renegociar, cancele o cartão, destrua-o, nunca mais o use. Pelo menos até liquidar totalmente aquele saldo que foi renegociado. Difícil, não é?

Há muitas maneiras de sair do vermelho.  A melhor delas é ganhar mais do que se gasta, mas nem sempre isso é possível. Reduzir despesas também não é tão fácil, pois há custos que não podem ser cortados. Fazer o quê? Só a experiência de cada um, aprendendo com erros e acertos, será a melhor conselheira.

Vale a pena fazer empréstimo consignado?

O aposentado está tranquilo em casa quando recebe um telefonema do banco oferecendo um empréstimo consignado, um dinheiro extra, que poderá ser pago a longo prazo, talvez em cinco anos, com juros bem menores do que os praticados pelo cheque especial ou cartão de crédito. Quem sabe o nosso amigo faça o empréstimo, mesmo sem precisar, apenas para ter mais um dinheiro disponível, ou porque algum conhecido ou parente também fez.

Não devemos, em hipótese alguma, apanhar dinheiro emprestado se não precisarmos dele. Se for para pagar o saldo devedor de cheque especial ou cartão de crédito, que têm juros elevadíssimos, ou uma despesa inesperada com tratamento de saúde,  é um caso a pensar. Não sendo para casos de urgência, fuja dos empréstimos. Por menores que sejam,  juros de 2 a 4% ainda são muito elevados.

Quem contrata um empréstimo a longo prazo nem lembra que terá que pagá-lo. Todos os meses  seu salário ou aposentadoria sofrerá um desconto, um dinheirinho que poderá fazer falta, em um compromisso que se arrastará por longos anos.

Devemos mudar nossos hábitos e sempre comprar sem se individar. Ganhar primeiro, gastar depois. Se você gastar o que ainda não ganhou, com certeza perderá toda a vontade de trabalhar.

Pense nisso!