Comprar um carro: novo ou usado?

Este é o momento de dúvida para muita gente. Com a proximidade do final do ano as ofertas aumentam. As agências querem acabar com os estoques para não entrar o Ano Novo com modelos fabricados no ano anterior. Nós, os consumidores, também queremos começar o ano com carro novo, mesmo que este não seja tão novo assim.

E vem a questão: Devo comprar um carro novo ou usado?

Poderia encerrar este artigo por aqui, já que a resposta é bem objetiva, mas vou explicar os motivos que me levaram a decidir.

Em primeiro lugar, o carro será pago à vista ou a prazo? Se for à vista, de quanto você dispõe?

Digamos que o carro será pago à vista. Neste caso, de acordo com o capital disponível, procure um carro semi-novo, ou usado, como era conhecido antigamente. Vai compensar, desde que o carro seja do ano anterior, ou próximo a ele, e esteja muito pouco rodado. Aí aparecem alguns problemas:

  • As agências se esquecem que estão vendendo um carro usado e fazem o preço como se o carro fosse um zero quilômetro.
  • Nem sempre o velocímetro registra a situação real do veículo. Grande parte dos veículos colocados à venda tem a quilometragem adulterada. Procure verificar pelo manual, pelas revisões e outros detalhes, como o  desgaste dos pedais, se o indicado no odômetro está coerente com o estado do veículo.
  • O antigo dono pode não ter sido tão cuidadoso quanto você é. Por onde terá andado? Teria se preocupado com a qualidade do combustível? Trocou o filtro do óleo e, o principal, o óleo do carter?
  • Há multas pendentes? O IPVA está pago?
  • Há batidas bem disfarçadas?
  • O carro já foi roubado ou se envolveu em crimes ou acidentes?
  • Será que já ficou submerso nas frequentes chuvas que tem acontecido?

Esses são alguns riscos que corremos ao comprar um carro usado. Se você conseguir comprar o carro daquela vizinha cuidadosa que pouco sai, deixando o carro na garagem o tempo todo, por um preço inferior ao que seria cobrado por uma agência, considere-se um felizardo. Compre sem pensar duas vezes.

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Se você pretende comprar o carro com financiamento, não há o que discutir: compre um zero quilômetro. Vai pagar uma prestação bem menor do que pagaria por um usado e não correrá os riscos desnecessários de realizar uma compra errada. Há carros novos sendo vendidos em até 72 meses sem juros, enquanto os usados são vendidos com juros elevados e em prazo bem menor.

Está claro que o carro novo se desvaloriza logo ao sair da agência. Todos sabem disso. Mas quem compra um carro zero não está pensando em vendê-lo. Tratado com carinho, o carro zero pode durar anos sem necessidade de qualquer conserto, bastando fazer as manutenções preventivas, principalmente trocando o óleo na época correta. Dirigir com cuidado, sem exigir demais do motor e das partes mecânicas, também é fundamental para ter um carro a serví-lo por muitos e muitos anos.

Veja esta simulação para pagamento em 36 meses sem entrada:

  • Carro usado: R$ 20.000,00 com juros de 2% ao mês: R$ 784,66
  • Carro novo:  R$ 25.000,00 sem juros:    R$  694,50

O carro novo, embora custando mais caro se pago à vista, custaria os mesmos 25 mil financiados. Já o usado, mesmo custando à vista menos do que o novo, sairia por mais de 28 mil. Em que matemática compensa comprar o usado?

Então, se for comprar um carro financiado, prefira um zero quilômetro e procure as ofertas de financiamento sem juros. Se, na ocasião, não encontrar financiamento sem juros, prefira aqueles que oferecem taxas inferiores a 1% ao mês. Para carros novos as taxas são sempre bem reduzidas, ao contrário do financiamento de usados. Antes de fechar negócio confira as contas no site do Banco Central. Desconfie das promoções do tipo emplacamento grátis. Quase sempre o preço do emplacamento está embutido no total financiado e comprador nem se dá conta. E não se esqueça de fazer uma provisão para pagar o seguro. Não retire o carro da agência sem que esteja devidamente segurado.

Se  o carro for pago à vista, um carro usado pode ser a melhor opção, desde que esteja em excelente estado e tenha um preço que compense. Mesmo pagando à vista, não deixe de considerar a possibilidade de comprar um zero quilômetro. Pode ser mais vantajoso, ou pelo menos evitar dores de cabeça.

 

 

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