Devemos ajudar quem não pedir?

O título é polêmico, principalmente por estarmos nas proximidades do Natal e vivendo a tragédia que se abateu sobre Santa Catarina.

Mas é verdade. Devemos ser solidários, amar ao próximo, dar a mão a quem precisa, mas obedecendo a certas regras.

Será mesmo?

Quando trabalhava em escritório arrumei trabalho para um profissional, bom profissional por sinal, que estava desempregado. Passado algum tempo, por questões profissionais, esse funcionário estava prestes  a ser demitido.  Mais uma vez procurei ajudá-lo, intercedendo em seu favor, sem que ele soubesse. A demissão foi revista e ele permaneceu na empresa. Meses depois fui vítima desse indivíduo que, entre outras coisas, violou minha correspondência pessoal. Acabei deixando a empresa.

Uma moça, que prefiro não identificar, arrumou trabalho para uma colega, contratada por tempo determinado, que estava para sair da empresa. O contrato terminara e não havia onde alocá-la. Com a oportunidade de continuar, mostrou-se muito grata. Durou pouco tempo o reconhecimento. Meses depois mostrou-se hábil em intrigar sua protetora com a gerência. 

Casos como esses que acabo de citar existem aos milhares. Você arruma trabalho para alguém, indica um nome para aquela vaga e, mais tarde, acabará vítima dessa pessoa. Coincidência? Pode até ser. Quem não conhece um caso parecido?

Várias teorias explicam por que passamos por determinadas situações. Sou pela teoria da evolução, que considera a reencarnação, e há fatos que fazem parte do nosso aprendizado. São matérias, por assim dizer, que precisamos refazer; provavelmente fomos reprovados em épocas passadas. Não devemos pular etapas. Um auxílio inoportuno pode atrapalhar mais do que ajudar. 

Claro que, sempre que possível, devemos ajudar alguém a levantar. Mas o caminhar deve ser por seus próprios pés. O paternalismo atrapalha o desenvolvimento.

Até mesmo a ajuda para alguém se levantar deve ser prestada quando solicitada. Quem deseja ajuda precisa manifestar o seu desejo de ser ajudado. Não temos o direito de comandar o destino de quem quer que seja.

O que acha disso? Comente!  

Este texto foi escrito com a intenção de despertar nossa atenção para o assunto. Pensei em fazer isso após ler “O Pedinte“, no qual uma alma bondosa se revolta ao ver a comida que havia oferecido a um pedinte ser desprezada e jogada ao lixo.  Mas o final do texto nos passa uma frase de Allan Kardec que muda tudo:

“Você é responsável por todo o mal que ocorrer como conseqüência do bem que deixar de praticar”.

E a autora de “O pedinte”, Dayse Maria, explica: “Quem receber de mim esse bem, faça dele o que bem entender, isso não é problema meu. Eu quero me preocupar com as minhas ações; quero agir dentro da ética e do sentido de humanidade. Se alguém fizer mau uso do que receber de mim, tudo bem. Cada um dá o que tem.”

Façamos a nossa parte. Não vamos deixar que o comportamento dos outros modifique o nosso, mas sem exageros. Não vamos nos portar como o ‘bom samaritano”:

‘Fui a uma loja hoje de manhã e estive lá por uns 5 minutos. Quando eu saí, vi um guarda municipal, com farda cor de merda, todo prepotente,  preenchendo uma multa. Corri até ele e soltei o famoso: – Peraí, amigão, não faz isso não, dá uma chance!

Ele me ignorou e continuou escrevendo a multa. Então eu o chamei de babaca metido a polícia! Ele me olhou e, sem dizer nada, deu uma olhada em um dos pneus do carro e começou a fazer outra multa.

Então eu falei: – Que merdinha de profissão a sua, heim? Ele começou a escrever uma terceira multa! Foram mais uns 5 minutos ali fora, discutindo ou tentando discutir. E quanto mais eu xingava, mais multas ele preenchia.

Depois que eu vi que aquilo não iria se resolver, saí dali e fui pegar o meu carro no estacionamento, na outra quadra….. O importante mesmo é ter tentado ajudar!’ 

  

 

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