Isso é um blog ou uma árvore de Natal?

Ontem escrevi um artigo sobre a propaganda na internet. Um texto que me fez pensar seriamente sobre os problemas que afetam os editores, pequenos blogueiros ou proprietários de sites maiores. Todos procuram maneiras de atrair os melhores anunciantes e, com estes, ter uma renda maior. As dúvidas são muitas e só o tempo poderá acabar com elas.

Falando em tempo, não adianta ter um site excelente, mesmo apresentando um conteúdo impecável, se o domínio for novo. Por razões que não cabe aqui discutir, os sites de busca, entre eles o Google, consideram o tempo de vida do domínio fundamental para um melhor posicionamento nos resultados das pesquisas. Por um lado isso é bom, pois premia um trabalho consistente ao longo dos anos em vez de posicionar melhor os novo sites, muitas vezes criados para aproveitar alguma onda do momento.

O tempo de vida, que é aliado dos antigos domínios, pode trazer armadilhas que prejudicam o desempenho geral. De início registramos um domínio, criamos o site (ou blog) e buscamos acessórios e plugins que o tornem mais bonito, oferecendo muitas facilidades aos visitantes. Assim, colocamos uma lista de links úteis, as últimas publicações, comentários recentes, nuvem de tags,  e tantas outras coisinhas, dentre elas os anúncios. Estes, que deveriam ser os principais atrativos depois do conteúdo, ajudando o visitante a complementar a informação procurada, ficam perdidos no meio de tantos enfeites.

Além de distrair o internauta do que deveria ser visto, e também competindo com os anúncios, os acessórios tornam a abertura da página muito mais lenta. Outro dia percebi que o Dicas do Timoneiro demorava a abrir quando acessado por smartphones.  Muita gente costuma desistir quando a página procurada não abre logo. Sou um dos impacientes que não ficam esperando e seguem em frente.  Ao longo dos três anos de vida do Dicas do Timoneiro foram sendo acumulados muitos widgets úteis, mas supérfluos. Além de retardar a abertura da página, disputavam com os anúncios a atenção do internauta, contribuindo para uma queda no faturamento. O blog mais parecia uma árvore de Natal.

Comecei a retirar alguma coisa da coluna lateral, enquanto acompanhava o tempo de carregamento da página através do Webwait. Consegui reduzir o tempo de abertura da página inicial de oito para quatro segundos. Uma redução considerável.

A página inicial é uma das menos visitadas. Isso acontece porque a maioria dos internautas (mais de 80%) chega aos sites através de pesquisas em sites de buscas, principalmente pelo Google, indo diretamente ao que interessa.  Poucos entram pela porta da frente. Então, por que carregar uma dezena de postagens nessa página que quase ninguém consulta? Por que não exibir nela apenas o artigo mais recente? Afinal, somente os robots, responsáveis pela indexação, estarão varrendo a Home. E eles não gostam de páginas que demoram a abrir, pois não têm tempo a perder. Sites lentos são penalizados e perdem posições nos resultados.

Então, se você é blogueiro, faça uma experiência. Assim como o Feng Shui nos orienta a jogar fora as coisas inúteis que temos em casa, vamos fazer o mesmo na nossa casa virtual.

Faça uma limpeza no seu site e não deixe de nos contar os resultados.

Novos tempos para a publicidade na internet

Já se foi o tempo em que os anunciantes dividiam suas verbas publicitárias entre rádio, jornal, outdoor e televisão. Nesta última, somente as grande empresas se aventuravam, pois o custo da propaganda era altíssimo, pago pelo tempo em que o anúncio era exibido, geralmente 30 segundos. E se fosse em horário nobre… era só para grandes empresas.

Anúncios em rádio eram bem mais baratos, principalmente nas pequenas emissoras do interior, que eram contempladas com as sobras de campanhas de grandes anunciantes, ou pelo trabalho individual do proprietário da emissora, atraindo o pequeno comércio local.

Os jornais utilizavam os chamados clichês, feitos de chumbo e depois de plástico, com o anúncio gravado de forma invertida. Esses clichês eram entregues ao jornal para que fossem impressos na página escolhida. Página ímpar, no alto, à esquerda, eram locais preferidos e bem disputados pelos anunciantes. Custavam mais do que em outros locais e o cálculo do preço era feito pelos centímetros do anúncio e quantidade de colunas ocupadas.

Não sei como funciona o mercado publicitário atualmente. Será que a elevada comissão recebida pelas agências de publicidade ainda está tão alta como era? Se não me engano a agência ficava com 26% aproximadamente. Muito dinheiro, se considerarmos a movimentação financeira do mercado publicitário. O fato é que hoje temos uma nova mídia desestruturando uma atividade que já se sentia consolidada. Os anunciantes aumentaram em quantidade mas estão pulverizados, além de terem descoberto a internet. Qualquer pessoa pode anunciar seus produtos, fazendo aquilo que antes só era feito por profissionais qualificados e pagos a preço de ouro, que também desfrutavam das mordomias, jabás e mimos que os veículos, principalmente jornais e TVs, ofereciam a estes para ter uma boa fatia na hora de dividir a verba do cliente. A figura do contato publicitário era importante e, mesmo numa época em que as ligações telefônicas eram um exercício de paciência, muitos negócios foram fechados por este meio.

Da mesma maneira que hoje ficou fácil anunciar na internet, também cresceu a quantidade de sites e blogs criados especialmente para participar da divisão da verba publicitária. Há muitos aventureiros navegando por esses mares, como não poderia deixar de ser, buscando dinheiro fácil, pensando em ganhar fortunas sem muito esforço. Isso faz com que nem sempre a qualidade corresponda ao esperado, tanto para quem anuncia, quanto para quem cede espaço em sites mais qualificados. A pessoa acaba de criar um blog e já quer colocar anúncios, antes mesmo de  escrever alguma coisa e dizer a que veio. Com mais oferta de espaço, o preço cai.

Vivemos um momento de reestruturação do mercado. O novo algoritmo do Google, o PANDA, criado para premiar sites com conteúdo de qualidade, está abalando muita gente que, de uma hora para outra, viu seu site ou blog desaparecer dos resultados das buscas e sentiu grande queda no faturamento.  Confesso que ainda estou em busca de respostas para muitas questões. Vejo editores de sites excelentes reclamando de queda no faturamento. Outros editores, com domínios voltados para um nicho de público específico, muitos deles sem se importar com a qualidade do conteúdo, experimentam aumentos nos ganhos.

O papel do Google, líder do mercado

adwords

Percebe-se que os sites de qualidade também estão sendo penalizados, não só pelo sobe e desce da taxa do dólar, mas também pela baixa  qualidade de muitos anúncios que são colocados em suas páginas, fazendo com que o CTR, ou seja, o percentual de conversão, não seja tão elevado. O Google iniciou uma campanha para divulgar seu sistema de anúncios, o AdWords, atraindo novos anunciantes e oferecendo cem reais em anúncios grátis. Isso pode ter contribuido para que o valor pago ao editor sofresse uma redução em alguns casos, pois alguns desses novos anunciantes oferecem um lance baixo nos leilões. Os grandes anunciantes acabam se afastando, principalmente por ser época de preparar as campanhas de final de ano. Isso abre espaço para aquele anunciante que só quer aproveitar o valor oferecido gratuitamente, antes de abandonar o AdWords. Assim, grandes e tradicionais anunciantes disputam hoje o leilão do espaço publicitário com gente nova, que chega por curiosidade, só para gastar os cem reais de bônus, sem nada a perder e sem intenção de continuar investindo em publicidade. Por mais que o Google garanta que seleciona os anúncios que oferecem o melhor retorno, nem sempre isso é possível, principalmente quanho há falta de melhores opções de anúncios e sobram espaços. Afinal, os bônus precisam ser gastos de alguma maneira  e os anúncios publicados em algum lugar. Para completar, há anúncios que oferecem telefones e informações suficientes ao interessado, para que este não precise visitar a página do anunciante. Neste caso, o editor não ganha nada com a publicação. Mas, pelas regras, se o anúncio foi publicado é porque o retorno compensa ao editor.  Então… deixa ficar.

Como podem perceber, são muitos os fatores que levam ao baixo desempenho dos sites, que hoje reclamam da queda no faturamento. Em momentos de incerteza o melhor é aguardar para ver que providências poderão ser tomadas. O mercado se acomoda. Amanhã começa outubro e, com ele, o último trimestre, que sempre foi o melhor para o mercado publicitário. Resta ao editor continuar trabalhando, escrevendo conteúdo de qualidade e disponibilizando  bons espaços aos grandes anunciantes. Os formatos 300×250, 336×280, 728×90 e 160×600 são os mais utilizados nas grandes campanhas e devem ser, sempre que possível, colocados no alto da página.

Boa sorte a todos que escolheram esta profissão e vamos esperar melhores dias.

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