Qualidades da boa linguagem

Quem vai prestar exame vestibular ou concurso para o serviço público deve conhecer as qualidades da boa linguagem.

  • Correção— respeito (sem prejuízo da espontaneidade) aos cânones gramaticais e às normas linguísticas que vigoram nas classes cultas.
    • Exemplo: Sua sogra e um advogado estão presos em um prédio em chamas. O que você faz primeiro? Vai almoçar ou vai ao cinema?
  • Precisão— qualidade que decorre da escolha acertada da palavra capaz de melhor exprimir a idéia que se quer desenvolver.
    • — Como é que se chama um traficante armado até os dentes?
      — É melhor chamar, no mínimo de “senhor”.
  • Naturalidade — forma simples e espontânea em que não avulta a preocupação com o estilo. Em campo oposto, estão a forma empolada, o pedantismoe tudo o mais que denota afetação. Leia o código abaixo:
    • — Onde você estava? — pergunta a mãe à menininha.
      — No quarto, brincando de médico com o Joãozinho.
      — De médico!? — A mãe dá um salto da cadeira.
      — Médico do SUS, mãe… ele nem olhou pra minha cara.
  • Originalidade — qualidade restrita a privilegiados que têm uma visão pessoal e única do mundo das idéias. É claro que não se pode exigi-la de todos os oradores e escritores. Já está de bom tamanho que não cometam plágios nem se mostrem vulgares, p*&!@$orra!
  • Harmonia— elemento musical da frase, resultante da escolha certa das palavras e de sua correta disposição. Vejamos o sugestivo diálogo a seguir:
    • — O que é preciso para reunir os Beatles?
      — Mais duas balas.
  • Concisão— qualidade de estilo em que as idéias são expressas de forma sóbria, econômica, sem digressões despiciendas e desmedida adjetivação:
    • O vício que se opõe à concisão é o da prolixidade. Devemos fugir dos períodos excessivamente longos, que atropelam as idéias neles contidas, até porque contêm ramificações da idéia central, o que nem sempre torna o seu conteúdo inteligível e obrigam, desta forma, o leitor a tentar separá-las e agregá-las a segmentos diversos para que se tornem compreensíveis, o que convém ser evitado, já que, afinal de contas, desestimula a leitura, hábito que é preciso disseminar, sobretudo pelo uso de textos mais curtos.

Do livro do Rogério Barbosa Lima, a Novíssima Gramática do Velho Português.

 

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